Antes de falar sobre a Vila Histórica de Mambucaba, precisamos falar sobre a origem do nome, Mambucaba. A primeira versão diz que o nome seria a junção de Mombuca (espécie de abelha) e o prefixo "aba" que em Tupi os índios usavam para indicar lugar de alguma coisa. Então, Mombucaba seria o lugar das abelhas.
Outra vertente acredita que a origem vem de (mambucaba) = em tupi, o furo, a abertura, a passagem, o Rasgão. Em referência ao rio que deságua ao lado da vila. Na foto abaixo o antigo traçado da Vila. Ainda, segundo Carlos Eduardo, presidente do IPHAR, que fez uma análise do tronco linguístico Tupi, constatando que a palavra remete etimologicamente a prefixalidade morfológica da palavra "Mambukabe" citada por Hans Staden, seria a junção de Mbuc: abelha; qualquer espécie; generalização + Aba:homem; gente. Os indígenas viam a forma de falar dos portugueses como ruidosa, os barulhos e vestimentas dos europeus eram vistos como um enxame ruidoso, por isso os chamavam "homens-abelha".
Mambucaba foi lar de José Luis Gomes (Barão de Mambucaba), sargento-mor de milícias, alferes do Segundo Batalhão de Angra dos Reis, foi um dos grandes benfeitores da cidade. Tornou-se Major graduado por D. Pedro I em 11 de novembro de 1824.Em 1841 recebeu a Comenda da Ordem da Rosa e, em 2 de dezembro de 1854, foi agraciado com o título de Barão de Mambucaba. Teve doze filhos.Era dono de gigantesca fazenda que ia da Serra da Bocaina, ladeando a Serra do Brejão, cortando o município de São José do Barreiro e atravessando os contrafortes da Serra do Mar, chegava à vila de Mambucaba avançando pelo município de Parati.Esta fazenda foi em parte desapropriada pelo Governo Federal pelo Decreto 15.561 de 12 de junho de 1922 .Os seus descendentes, em número aproximado de 8.000, vivos e mortos, espalharam-se por quase todos os quadrantes da terra, sendo que o maior número vive nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Além de receber o café vindo da Província de São Paulo, suas lavouras produziram uma quantidade boa de café, tanto que em 1 de março de 1839, em seu relatório apresentado na abertura da 2ª sessão, da 2ª legislatura da Assembleia Provincial, o Conselheiro Paulino José Soares de Souza, Presidente da Província do Rio de Janeiro, escreveu assim: "...mais de 4000 arrobas de café vindo de São Paulo, além do de produção dessa florescente freguezia, que se pode avaliar em 20000 arrobas". Levando-se em conta que uma arroba equivale a 14,65 kg, avaliamos a produção anual das lavouras de Mambucaba, mesmo naquela época, em cerca de 295 toneladas. Eram de sua propriedade as Fazenda Santa Maria e Fazenda Ponte Alta em Piraí.
O nome oficial da vila era, Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba. Existiam cerca de 20 grandes propriedades, divididas entre fazendas de café e engenhos de açúcar. Ainda é possível ver as ruínas dos engenhos do Itapicu, da Fortaleza e de outras engenhocas no interior do Perequê. Para se comercializar o café, existiam cerca de 8 armazéns.Algumas dessas construções eram sobrados belíssimos, o armazém de café ocupava uma parte do andar térreo e a residência da família ocupava a outra parte e o andar superior. Pelas duas ou três ruas da pequena vila distribuíam-se 5 armazéns de secos e molhados; 10 lojas de fazendas; 10 vendas de artigos variados; 3 padarias; 1 açougue; 1 bilhar; 1 relojoeiro e vidraceiro; 1 fogueteiro; 1 carpinteiro; 1 tanoeiro; 1 marceneiro; 1 ferreiro; 5 alfaiates; 2 sapateiros; 1 agência de Correios e um Teatro. Não podemos esquecer que a vila tinha 1 professor público para meninos; 1 professora para meninas; 1 professor de música; 2 médicos e cirurgiões; Juiz de Paz; Subdelegado e Vigário.No recenseamento feito em 1850, pelo Governo da Província do Rio de Janeiro, Mambucaba contava 3310 habitantes, divididos em 1784 livres e 1526 escravos.Dos habitantes livres; 1272 eram brancos, 146 eram indígenas, 310 eram pardos e 56 eram negros. Dos habitantes escravos; 104 eram pardos e 1422 eram negros. A Vila Histórica de Mambucaba teve seu conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo IPHAN, em 1969.Mambucaba é um dos raros sítios históricos brasileiros tombados em sua totalidade, não apenas as edificações, mas, também, o traçado urbano e equipamentos referentes à ocupação do local. Entre o final do século XVIII e início do século XIX, Angra dos Reis funcionou como um importante porto exportador de café e importador de escravos para o Vale do Paraíba.No porto, situado na foz do rio Mambucaba, os escravos comprados no Município Neutro (atual cidade do Rio de Janeiro) desembarcavam nas ilhas situadas em frente à vila (Ilha do Algodão), onde era feita sua triagem e encaminhamento para as fazendas serra acima. Na época do Governo Imperial (século XIX) - durante a fase da economia baseada na cultura do café -, Angra dos Reis viveu um período de grande apogeu e alcançou o maior desenvolvimento, como porto escoador do café produzido na região do Vale do Paraíba.Nessa época, surgiu um casario significativo - teatro, igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, comércio e o estabelecimento de um vice-cônsul da França, na localidade.Igreja de Nossa Senhora do Rosário - Construída no século XVII, a obra é atribuída ao capitão Manoel de Carvalho. Está localizada no extremo da vila e do seu largo se estende a rua principal, com casas térreas e sobrados organizados em quadras. Nela se destacam as imagens de São Benedito, Santo Antônio e Nossa Senhora do Rosário. Esta última, é considerada uma obra excepcional do século XVII, do chamado Mestre de Angra. Produzida em terracota policromada, esta imagem de Nossa Senhora do Rosário, antiga padroeira da Vila Histórica de Mambucaba, é um exemplar único na arte sacra brasileira, tão importante que foi tombada isoladamente pelo Iphan. (ver fotos acima)Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 493, de 11/12/1969. Pertencia à primitiva capela – posteriormente elevada à categoria de matriz – e, quando esta chegou ao estado de ruínas, foi trasladada para o templo atual.No entanto, foi furtada de lá na década de 1970, sendo, milagrosamente, devolvida à Diocese de Itaguaí, que a entregou à guarda do Museu de Arte Sacra de Angra dos Reis, passando a integrar o acervo desse museu, criado em 1992.Assim como São Benedito, Nossa Senhora do Rosário era muito cultuada entre os negros escravos, instituindo irmandades que atuavam de maneira coligada. Em Angra dos Reis, a Irmandade de São Benedito foi constituída no Convento de São Bernardino de Sena e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, na Igreja Matriz e detentora de altar próprio.Nossa Senhora do Rosário possui um devoção muito antiga. Teve origem com os Monges irlandeses no século VIII, que recitavam os 150 Salmos.
O local foi palco de atividades cruéis como a pesca da baleia. O seu óleo era utilizado na construção e como combustível para candieiros. Aqui foi exposta de forma resumida um pouco da história de Mambucaba. Participe enviando material por email, colocaremos seu nome nas fontes! (foto acima da década de 70, ônibus da empresa colitur)Na década de 90 o turismo de massa ameaçou a vila que como pode ser observado na imagem era tomada por visitantes principalmente vindos da região do Vale do Café, a falta de ordenamento deixou vários impactos negativos como a poluição dos cursos d'água e as construções irregulares, dentre outros problemas.Atualmente a entrada dos ônibus e vans de excurssão é proibida na vila o que inibiu essa presença massiva. A vila é palco de vários eventos culturais, destaque para a Mambuarte. Fonte: IPHAN, Cruz Terra Santa, PMAR, Almanak Laemmert e Francimar Pinheiro, IMS, Jornal do Brasil e IBGE.
Além de receber o café vindo da Província de São Paulo, suas lavouras produziram uma quantidade boa de café, tanto que em 1 de março de 1839, em seu relatório apresentado na abertura da 2ª sessão, da 2ª legislatura da Assembleia Provincial, o Conselheiro Paulino José Soares de Souza, Presidente da Província do Rio de Janeiro, escreveu assim: "...mais de 4000 arrobas de café vindo de São Paulo, além do de produção dessa florescente freguezia, que se pode avaliar em 20000 arrobas". Levando-se em conta que uma arroba equivale a 14,65 kg, avaliamos a produção anual das lavouras de Mambucaba, mesmo naquela época, em cerca de 295 toneladas. Eram de sua propriedade as Fazenda Santa Maria e Fazenda Ponte Alta em Piraí.
O nome oficial da vila era, Freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba. Existiam cerca de 20 grandes propriedades, divididas entre fazendas de café e engenhos de açúcar. Ainda é possível ver as ruínas dos engenhos do Itapicu, da Fortaleza e de outras engenhocas no interior do Perequê. Para se comercializar o café, existiam cerca de 8 armazéns.Algumas dessas construções eram sobrados belíssimos, o armazém de café ocupava uma parte do andar térreo e a residência da família ocupava a outra parte e o andar superior. Pelas duas ou três ruas da pequena vila distribuíam-se 5 armazéns de secos e molhados; 10 lojas de fazendas; 10 vendas de artigos variados; 3 padarias; 1 açougue; 1 bilhar; 1 relojoeiro e vidraceiro; 1 fogueteiro; 1 carpinteiro; 1 tanoeiro; 1 marceneiro; 1 ferreiro; 5 alfaiates; 2 sapateiros; 1 agência de Correios e um Teatro. Não podemos esquecer que a vila tinha 1 professor público para meninos; 1 professora para meninas; 1 professor de música; 2 médicos e cirurgiões; Juiz de Paz; Subdelegado e Vigário.No recenseamento feito em 1850, pelo Governo da Província do Rio de Janeiro, Mambucaba contava 3310 habitantes, divididos em 1784 livres e 1526 escravos.Dos habitantes livres; 1272 eram brancos, 146 eram indígenas, 310 eram pardos e 56 eram negros. Dos habitantes escravos; 104 eram pardos e 1422 eram negros. A Vila Histórica de Mambucaba teve seu conjunto arquitetônico e paisagístico tombado pelo IPHAN, em 1969.Mambucaba é um dos raros sítios históricos brasileiros tombados em sua totalidade, não apenas as edificações, mas, também, o traçado urbano e equipamentos referentes à ocupação do local. Entre o final do século XVIII e início do século XIX, Angra dos Reis funcionou como um importante porto exportador de café e importador de escravos para o Vale do Paraíba.No porto, situado na foz do rio Mambucaba, os escravos comprados no Município Neutro (atual cidade do Rio de Janeiro) desembarcavam nas ilhas situadas em frente à vila (Ilha do Algodão), onde era feita sua triagem e encaminhamento para as fazendas serra acima. Na época do Governo Imperial (século XIX) - durante a fase da economia baseada na cultura do café -, Angra dos Reis viveu um período de grande apogeu e alcançou o maior desenvolvimento, como porto escoador do café produzido na região do Vale do Paraíba.Nessa época, surgiu um casario significativo - teatro, igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, comércio e o estabelecimento de um vice-cônsul da França, na localidade.Igreja de Nossa Senhora do Rosário - Construída no século XVII, a obra é atribuída ao capitão Manoel de Carvalho. Está localizada no extremo da vila e do seu largo se estende a rua principal, com casas térreas e sobrados organizados em quadras. Nela se destacam as imagens de São Benedito, Santo Antônio e Nossa Senhora do Rosário. Esta última, é considerada uma obra excepcional do século XVII, do chamado Mestre de Angra. Produzida em terracota policromada, esta imagem de Nossa Senhora do Rosário, antiga padroeira da Vila Histórica de Mambucaba, é um exemplar único na arte sacra brasileira, tão importante que foi tombada isoladamente pelo Iphan. (ver fotos acima)Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 493, de 11/12/1969. Pertencia à primitiva capela – posteriormente elevada à categoria de matriz – e, quando esta chegou ao estado de ruínas, foi trasladada para o templo atual.No entanto, foi furtada de lá na década de 1970, sendo, milagrosamente, devolvida à Diocese de Itaguaí, que a entregou à guarda do Museu de Arte Sacra de Angra dos Reis, passando a integrar o acervo desse museu, criado em 1992.Assim como São Benedito, Nossa Senhora do Rosário era muito cultuada entre os negros escravos, instituindo irmandades que atuavam de maneira coligada. Em Angra dos Reis, a Irmandade de São Benedito foi constituída no Convento de São Bernardino de Sena e a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, na Igreja Matriz e detentora de altar próprio.Nossa Senhora do Rosário possui um devoção muito antiga. Teve origem com os Monges irlandeses no século VIII, que recitavam os 150 Salmos.
Como os leigos não sabiam ler, os monges ensinaram a rezar 150 Pai Nossos, que mais tarde foram substituídos por 150 Ave Marias. Assim, a devoção, começou a se espalhar pelo mundo.
Em muitas aparições de Maria Santíssima, Ela pede, ensina e reza junto, a oração do Rosário, como em Lourdes, em Fátima e tantas outras. (nas fotos acima o tapete de Corpus Christi feitos na vila) A palavra Rosário quer dizer um tanto de rosas, um buquê de rosas que se oferece a Nossa Senhora. Cada Ave Maria é uma rosa que oferecemos à Mãe, com carinho e esperança. Assim, quando rezamos o Santo Rosário completo, oferecemos um buquê de duzentas rosas a Nossa Senhora. (na foto uma das ruínas da vila)O local foi palco de atividades cruéis como a pesca da baleia. O seu óleo era utilizado na construção e como combustível para candieiros. Aqui foi exposta de forma resumida um pouco da história de Mambucaba. Participe enviando material por email, colocaremos seu nome nas fontes! (foto acima da década de 70, ônibus da empresa colitur)Na década de 90 o turismo de massa ameaçou a vila que como pode ser observado na imagem era tomada por visitantes principalmente vindos da região do Vale do Café, a falta de ordenamento deixou vários impactos negativos como a poluição dos cursos d'água e as construções irregulares, dentre outros problemas.Atualmente a entrada dos ônibus e vans de excurssão é proibida na vila o que inibiu essa presença massiva. A vila é palco de vários eventos culturais, destaque para a Mambuarte. Fonte: IPHAN, Cruz Terra Santa, PMAR, Almanak Laemmert e Francimar Pinheiro, IMS, Jornal do Brasil e IBGE.