A Praça Fagundes Varela em Rio Claro, RJ, é um espaço central do município, que se destaca por sua localização estratégica e por ser um ponto de encontro para os moradores. A praça leva o nome do renomado poeta Luís Nicolau Fagundes Varela. A história da praça está intrinsecamente ligada à história da cidade, que começou com o desbravamento da região por Simão da Cunha Gago e a construção da fazenda de João Machado Pereira, que posteriormente ergueu a capela de São João Marcos.
João Machado Pereira construiu sua fazenda em 1733 e, em 1739, ergueu uma capela dedicada a São João Marcos, marcando o início do assentamento na região. Rio Claro foi oficialmente fundada em 7 de maio de 1839 e emancipada em 19 de maio de 1849, sendo parte do distrito de São João Marcos.
A Praça Fagundes Varela se tornou o ponto central da cidade, um local de encontro e celebração das tradições locais. O local passou por diversas modificações e reformas até chegar a forma atual.
Luís Nicolau Fagundes Varela (1841–1875) foi um destacado poeta brasileiro da segunda geração do Romantismo, também conhecida como a fase do "ultrarromantismo". Sua obra é marcada por temas como melancolia, morte, sofrimento e uma visão idealizada do amor, características típicas desse período literário.
Nascido em Rio Claro, no estado do Rio de Janeiro, Fagundes Varela teve uma infância ligada à natureza, o que influenciou profundamente sua poesia. Ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, mas não concluiu o curso. Mudou-se para Paris aos 20 anos, retornando ao Brasil aos 27. Casou-se duas vezes: primeiro com Alice Guilhermina Luande, com quem teve um filho que faleceu prematuramente, e depois com Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve mais filhos, também falecendo cedo. Sua vida foi marcada por dificuldades financeiras e envolvimento com a vida boêmia. Faleceu em Niterói, aos 33 anos, vítima de um derrame cerebral .
Fagundes Varela publicou diversas obras que refletem sua visão romântica e suas experiências pessoais:
Noturnas (1861)
Vozes da América (1864)
Pendão Auri-verde (1863)
Cantos e Fantasias (1865)
Cantos Meridionais (1869)
Cantos do Ermo e da Cidade (1869)
Anchieta ou O Evangelho nas Selvas (1875, póstuma)
Cantos Religiosos (1878, póstuma)
Diário de Lázaro (1880, póstuma)
Sua obra mais emblemática é o poema "Cântico do Calvário", escrito em homenagem ao seu filho Emiliano, que faleceu aos três meses. Este poema é considerado uma das mais belas e sentidas nênias da poesia em língua portuguesa, destacando-se pela profundidade emocional e lirismo .
Fagundes Varela é reconhecido como um dos maiores expoentes da literatura brasileira do século XIX. Sua obra influenciou gerações de escritores e permanece como um marco do Romantismo brasileiro. Em sua homenagem, existe uma cidade chamada Fagundes Varela no estado do Rio Grande do Sul.
Fonte: Acervo Pessoal, ABL, PMRC, Arquivo Nacional.