As Usinas Nucleares em Angra dos Reis

Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, Praia de Itaorna (pedra podre), localizada a poucos quilômetros do Parque Mambucaba (divisa entre Angra dos Reis e Paraty).
A Central, situada no município de Angra dos Reis, foi assim denominada em justa homenagem ao pesquisador pioneiro da tecnologia nuclear no Brasil e principal articulador de uma política nacional para o setor. Embora a construção da primeira usina tenha sido sua inspiração, o Almirante, nascido em 1889, não chegou a ver Angra 1 gerando energia, pois faleceu em 1976. Mas sua obra persiste na competência e capacitação dos técnicos que fazem o Brasil ter hoje usinas nucleares classificadas entre as mais eficientes do planeta. (foto acima)
Os estudos de física nuclear tiveram iní­cio no Brasil em 1934 com a vinda da Itália do professor Gleb Wataghin, que organizou o departamento de física da Universidade de São Paulo. Estes estudos foram puramente acadêmicos, mas prepararam equipes de cien­tistas familiarizados com o problema da ener­gia nuclear. (foto acima a antiga Praia de Itaorna sem as usinas)
Pelo Decreto nº. 40.110, de 10 de outubro de 1956, foi criada a Comis­são Nacional de Energia Nuclear (CNEN), diretamente subordinada à Presidência da Re­pública e encarregada de propor as medidas julgadas necessárias à orientação da política geral da energia atômica em todas as suas fases e aspectos. (foto acima a região ainda com uma antiga estrada, bem diferente do traçado atual da BR-101)
Nessa época foram instalados no país reatores nucleares de pesquisa, dentro do qua­dro do programa Átomos para a Paz do presi­dente Eisenhower. Foram instalados dois rea­tores nucleares de pesquisa, um em São Paulo (no Instituto de Energia Atômica) e outro em Belo Horizonte (no Instituto de Pesquisas Radiativas), usando urânio enriquecido. Em 1955, o Almirante Álvaro Alberto foi a França e comprou duas usinas, que permitiram a mineração do urânio, e negociou duas centrífugas com a Alemanha, o que deu início a uma pressão internacional e fez com que o programa fosse interrompido.
Furnas, criada em 1957, é uma empresa geradora e transmissora de energia. Recebeu da Eletrobrás a missão de construir a primeira usina nuclear brasileira em Angra dos Reis.
Angra 1, primeira usina nuclear brasileira começou a ser construída em 2 de outubro de 1972 e terminou 8 anos depois em 1980.  
Entretanto sua operação comercial só ocorreu em janeiro de 1985, pois recebera a licença para operação no mês anterior, seu uso comercial ocorre 13 anos após o início da construção.
Angra 2, usina conta com um reator de água pressurizada (PWR) de tecnologia alemã da Siemwns/KWU (hoje Areva NP), fruto de acordo nuclear entre Brasil e Alemanha, assinado em 1975. Angra 2 começou a ser construída em 1981, mas teve o ritmo das obras desacelerado a partir de 1983, devido à crise econômica que assolava o país naquele momento, parando de vez em 1986.
A unidade foi retomada no final de 1994 e concluída em 2000. A performance da usina tem sido exemplar desde o início.
No final de 2000 e no início de 2001, sua entrada em operação permitiu economizar água dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras, amenizando as consequências do racionamento de energia, especialmente na região Sudeste, maior centro de consumo do país.
Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ). Quando entrar em operação comercial, a nova unidade com potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano.
Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro. Até o momento foram executadas cerca 67,1% das obras civis da Usina.
O progresso físico global do empreendimento, considerando todas as outras disciplinas envolvidas, é de 58,4%. Até setembro de 2015 já foram alocados ao empreendimento cerca de R$ 5,3 bilhões de um total de R$ 14,8 bilhões (base de junho de 2014), de custos diretos, que serão investidos, sendo que aproximadamente 75% desse valor serão investidos dentro do país.
Para abrigar os operadores das usinas foram criados dois conjuntos habitacionais, Vila Residencial de Mambucaba e a Vila Residencial da Praia Brava.
Os conjuntos dispõe de certa infraestrutura, agência bancária, hospital, clube, hotéis, cinema, supermercado, centros de treinamentos.
Sua área possuí segurança particular, sendo sua manutenção é feita pela Eletronuclear, formam belíssimos conjuntos.
De frente para duas das melhores praias da região, os conjuntos formam belíssimos cartões postais.
A Eletrobrás apoia e patrocina diversos projetos sociais que podem ser visualizados no site da instituição, como o Projeto POMAR, Tartaruga Viva, Cultura e Patrimônio Histórico e vários outros.
 Também é responsável pela manutenção da pela Trilha Porã, uma das mias belas da região e onde desenvolve um projeto social.
A Eletronuclear mantém um centro de visitantes, as visitas podem ser agendadas pelo site da instituição.
O hospital de Praia Brava é um importante centro de saúde pública patrocinado pela Eletronuclear e que atende toda a população de forma gratuita.
Fonte: FGV (Fundação Getúlio Vargas), CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), Eletrobrás e Ministério de Minas e Energia. 

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