O Museu de Arte Sacra de Angra dos Reis está instalado na Igreja de Nossa Senhora da Lapa e Boa Morte, erguida em 1752. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1954.
O Museu de Arte Sacra de Angra dos Reis, é considerado o mais importante do estado em matéria de arte sacra. Seu acervo, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, reúne cerca de dois mil itens distribuídos em coleções de imaginária, prataria e indumentária que datam entre os séculos XVII ao início do século XX.
Este acervo é oriundo das irmandades já extintas do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora do Rosário, de São Miguel e Almas e de Nossa Senhora da Conceição; das igrejas localizadas na Ilha Grande, Mambucaba, Ariró, Bracuí, Ribeira e Jacuecanga, assim como do culto doméstico muito particular que fez surgir algumas imagens de cunho popular tradicional na região.
Desde então, todo ano é realizada no museu uma exposição temática diferente com o fim de fazer circular o importante acervo sob a fiscalização do IPHAN e manutenção do município.
Mantendo a tradição do culto a Nossa Senhora da Lapa e Boa Morte, o museu é usado pela comunidade católica no mês de agosto, com missas, procissões e outras celebrações que comemoram o dogma da Assunção, como prevê o acordo firmado entre a Prefeitura e a Mitra Diocesana de Itaguaí que cedeu a igreja para abrigar o importante acervo sob a guarda do museu.
A Igreja de Nossa Senhora da Lapa e Boa Morte foi construída, por promessa de Baltazar Mendes de Araújo. Tombada em 1954 pelo antigo Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - SPHAN, com inscrição no Livro de Belas Artes, é constituída por nave e capela-mor ladeadas, à direita, por sacristia coberta pelo prolongamento da água do telhado e, à esquerda, por uma sineira com acesso por escada coberta, paralela à lateral da igreja.
Na frontaria principal, sobre a cimalha, o frontão vazado. Um dos destaques na igreja está na pintura original do altar-mor.
O termo Lapa, significa grande pedra, laje ou gruta. Muitas igrejas recebem este nome por estarem situadas sobre esses locais. É um dos nomes designados a Nossa senhora, esta tradição teria surgido em portugal.
Ao longo dos séculos, por cerca de quinhentos anos, a imagem teria permanecido ali, até que, em 1498, uma jovem pastora chamada Joana, menina ainda e muda de nascença, ao pastorear as ovelhas pelos arredores da gruta, teria resolvido adentrar e teria encontrado a imagem, pequena e formosa. Porém a inocência da menina teria interpretado o achado como uma boneca e a teria colocado na cesta onde guardava seus pertences e seu lanche. Durante o pastoreio, a menina enfeitava a cesta como podia, procurando as mais lindas flores para orná-la.
Embora as ovelhas se encontrassem sempre no mesmo lugar, estavam sempre alimentadas e tranquilas, o que despertou comentários entre algumas pessoas. Estes comentários chegaram aos ouvidos da mãe de Joana, que, já enervada com as teimosias da menina, num momento de irritação, pegou a santa imagem e atirou-a ao fogo.
Ao ver isso, a menina soltou um grito: "Não! Minha mãe! É Nossa Senhora! O que fez?". Sua fala desprendeu-se instantaneamente de forma irreversível e sua mãe, neste momento, ficou com o braço paralisado. Ainda em transe, a menina e a mãe oraram e o braço paralisado ficou curado. A comunidade, então, reconhecendo o valor da santa e milagrosa imagem, sob a orientação da menina Joana, construíram uma capela para abrigá-la, onde ficou, mesmo após as diversas tentativas do clero de levá-la para a igreja paroquial, de onde sempre desaparecia de modo misterioso.
O seu culto acabou por difundir-se em Portugal e foi levado para o Brasil por mão da Companhia de Jesus, que estabeleceu uma forte relação com esta devoção desde a altura em que os jesuítas sediados em Coimbra se tornaram responsáveis pela localidade da Lapa, por concessão do Rei D. Sebastião.
A devoção a Nossa Senhora da Boa Morte é, provavelmente, o mais antigo culto prestado à Virgem Maria. Ela tem origem numa Tradição Cristã do primeiro Século, chamada "Dormição da Assunta". Essa tradição revela que Nossa Senhora faleceu (por isso o termo “dormição” em referência ao sono da morte). No momento de sua passagem, ela estava cercada pela maioria dos Apóstolos. Estes, sepultaram-na num túmulo que nunca tinha sido usado, situado no Getsêmani, local da agonia de Jesus, em Jerusalém. Após três dias, outro Apóstolo chegou e quis, de todo coração, ver a Virgem Maria pela última vez. O túmulo foi, então, aberto na presença de todos e, para surpresa geral, o corpo de Santa Maria não estava lá. Havia somente um forte odor de flores. Eles compreenderam, assim, que a Virgem Maria foi assunta, ou seja, elevada aos céus de corpo e alma. A partir daí, começaram a cultuar o dia da “Dormição da Assunta". Logo depois, surgiu o culto a Nossa Senhora da Boa Morte e perpetuou-se na Igreja até os dias de hoje. Fonte: IPHAN, Cruz Terra Santa, Diocese de Itaguaí, PMAR.
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