Ernâni do Amaral Peixoto, Angra dos Reis

Conheça a história do homem que batiza a principal praça de Angra dos Reis, Praça Amaral Peixoto (Praça do Porto). Ernâni Amaral Peixoto nasceu no Rio de Janeiro, em 1905. Ingressou na Escola Naval do Rio de Janeiro em 1923. Por influência do irmão, Augusto Amaral Peixoto, também militar, travou contato com o movimento tenentista. Ao concluir seu curso, em 1927, escolheu como padrinho de espada o almirante Protógenes Guimarães, que naquela época se encontrava preso por envolvimento com as revoltas tenentistas. Em seguida, formou-se em engenharia geográfica pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Em 1930 deu apoio ao movimento político-militar que levou Getúlio Vargas à presidência da República. Em seguida, ingressou no Clube 3 de Outubro, organização criada com o objetivo de dar maior coesão aos setores políticos que defendiam o aprofundamento das medidas tomadas pelo novo regime. Em 1932, ao eclodir o Movimento Constitucionalista em São Paulo, retornou imediatamente da Europa, onde se encontrava em atividades profissionais, para lutar como voluntário ao lado das forças legalistas.

Em maio de 1933, foi nomeado ajudante-de-ordens da presidência da República. Nesse mesmo ano aderiu ao Partido Autonomista, agremiação que tinha como principal ponto de sua plataforma a luta pela autonomia política e administrativa do Distrito Federal. Seu irmão Augusto elegeu-se deputado federal pelo mesmo partido, cujo principal líder era o interventor Pedro Ernesto.

Em novembro de 1937, poucos dias antes da implantação da ditadura do Estado Novo, foi nomeado interventor federal no estado do Rio de Janeiro. Durante sua gestão o Estado do Rio conheceu significativo impulso industrial, com a instalação das empresas estatais Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Fábrica Nacional de Motores (FNM).

Em julho de 1939, casou-se com Alzira Vargas, filha do presidente da República. Logo em seguida, licenciado de seu cargo, transferiu-se com sua esposa para os Estados Unidos, onde passou a cumprir informalmente o papel de ligação entre Vargas e o presidente norte-americano Franklin Roosevelt. Passou a defender, juntamente com o ministro Osvaldo Aranha e outros membros do governo, a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado das forças aliadas. Uma outra corrente do governo, entretanto, fortemente representada nas Forças Armadas, manifestava simpatias por uma aproximação com os países do Eixo.

Em junho de 1942, já de volta ao Brasil, deu aval para que um comício convocado pela União Nacional dos Estudantes (UNE) em apoio aos Aliados, proibido pelas autoridades policiais da capital federal, fosse realizado em Niterói. Amaral Peixoto compareceu pessoalmente ao comício, bem como a uma marcha pró-Aliados convocada dias depois para o Rio de Janeiro, cuja realização acabou abrindo grave crise no governo federal. Em seguida, promoveu campanha de subscrição popular no Estado do Rio com o objetivo de arrecadar fundos para a doação de um navio à Marinha de Guerra brasileira, resultando tempos depois no financiamento para a construção de um caça-submarino.

Entre 1943 e 1944 dirigiu o serviço de abastecimento da Coordenação de Mobilização Econômica, órgão criado pelo governo federal com o objetivo de melhor conduzir a economia brasileira após a entrada do país no conflito mundial que então se desenrolava. Por sua posição pró-Aliados foi eleito presidente de honra do Comitê Interaliado. Também foi membro da Liga de Defesa Nacional.

Em 1945, iniciado o processo de redemocratização do país, foi um dos fundadores do Partido Social Democrático (PSD), agremiação que aglutinava os interventores estaduais e demais autoridades que haviam apoiado o Estado Novo. Desde então, tornou-se a maior liderança da seção fluminense do PSD, que presidiria de 1951 até 1965, quando o partido foi extinto. Em dezembro de 1945 elegeu-se deputado federal constituinte.

Em outubro de 1950, voltaria ao governo do estado do Rio de Janeiro, dessa vez eleito pelas urnas, ao mesmo tempo em que Vargas retornava à presidência da República. Como governador fluminense assistiu de perto a crise política que resultou no suicídio de seu sogro, Getúlio Vargas, em agosto de 1954.

Embaixador brasileiro nos Estados Unidos entre 1956 e 1959, de volta ao Brasil foi designado pelo presidente Juscelino Kubitscheck para assumir o Ministério da Viação e Obras Públicas, permanecendo no cargo até o início de 1961. Em janeiro desse ano, foi nomeado ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Em outubro licenciou-se do cargo para eleger-se deputado federal pelo PSD fluminense. Com a renúncia do presidente Jânio Quadros em agosto desse ano, defendeu a solução parlamentarista para a posse do sucessor constitucional, o vice-presidente João Goulart. De janeiro a dezembro de 1963 exerceu o cargo de ministro extraordinário para Assuntos da Reforma Administrativa.

No ano seguinte, manteve uma atitude de neutralidade diante do movimento militar que afastou Goulart da presidência. Manteve, inclusive, bom relacionamento com o novo regime até 1965, quando foram cassados os direitos políticos do ex-presidente Kubitscheck. Com a extinção do PSD, ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar. Por esse partido renovou seu mandato na Câmara Federal, em 1966. Em 1970, chegou ao Senado. Em março de 1974, assumiu a liderança do MDB nessa casa. Em setembro de 1978, conquistou novo mandato de senador, dessa vez escolhido indiretamente pela bancada de seu partido, majoritária na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

Com a reforma partidária promovida pelo presidente João Figueiredo no final da década de 1970, ingressou no Partido Democrático Social (PDS), alinhado ao governo militar.

Morreu no Rio de Janeiro, em 1989.

A RJ-106 recebeu nome de Rodovia Amaral Peixoto desde a década de 1950, sendo a segunda maior do Estado do Rio de Janeiro em extensão, e foi construída durante o seu governo. Ligava Niterói, sua cidade natal, à cidade de Campos dos Goytacazes. Atualmente, o trecho entre Macaé e Campos foi incorporado pela BR-101.

Fonte: FGV, PMN, Ulisses Maia (restauração da foto). 

Maestro Gerard Galloway Angra dos Reis

O maestro Beverley Gerard Maxwell Galloway deixou sua marca na história angrense e frequentemente é lembrado, principalmente por quem de alguma forma conviveu com ele, como um dos maiores desenvolvedores culturais da cidade de Angra dos Reis. (na foto acima Galloway ao centro de branco).

O maestro nasceu para a arte! Além de maestro multi-instrumentista, foi ator, cantor e escritor.
Galloway, nasceu no dia 6 de agosto de 1937, no norte da Inglaterra, Condado de Yorkshire, na cidade medieval de Beverly. Era formado em línguas, artes cênicas e música. 
Sua chegada ao Brasil foi em 1961, onde participou de uma missão cultural, ficou até 1963, retornou para a Inglaterra, mas retornou ao Brasil pouco tempo depois. Em 1968 já havia se tornado professor do Colégio Naval.

Foi o fundador do Coral do Colégio CENIAR (atual CEAV) e Coral da Cidade de Angra dos Reis. Traduziu, escreveu e encenou peças e óperas, sempre privilegiou a participação dos jovens, transformando-os em excelentes músicos reconhecidos. Foi orientador e participou de vários eventos e festivais. 

O maestro escreveu, deu aulas de inglês, plantou cocos, adaptou "Capitães de Areia" de Jorge Amado, para o teatro, encenou o "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, fez arranjos de muitas composições de autores brasileiros, mas gostava mesmo era de Shakespeare.
Deixou um rico acervo de livros de música, VHS, CD'S, formado por composições próprias e do coral, como de músicos que o influenciaram.

Do seu grande legado podemos destacar a ópera “A Estrela”, escrita por ele para a cidade e que virou um especial de fim de ano da TV Educativa, sendo transmitido em nível nacional. Permaneceu à frente deste coral até 1999, data de sua morte.
Entre seus sonhos estavam a construção de um teatro grego,  uma colônia para estudantes de música e teatro em Monsuaba, bairro onde residia.

Uma das formas de manter viva sua memória é através do evento cultural intitulado "A Semana Cultural Maestro Galloway", sendo este um evento que proporciona o encontro diversos grupos musicais, possibilitando um intercambio cultural e exibindo-os ao público em geral, além de divulgar a vida e obra do maestro.

Galloway formou muita gente nessa cidade, era um apaixonado pela cultura caiçara", reconhece Zequinha, que também foi aluno e acompanhou as muitas transformações provocadas pelo maestro no cenário cultural de Angra. Foi oficialmente declarado cidadão Angrense Honorário, em 1979. 
A maior crítica que muitos fazem é sobre como seu acervo foi tratado, várias denúncias de descaso e abandono frequentemente são vinculadas nas redes sociais e na justiça. Merecia uma exposição permanente com um projeto que levassem alunos de escolas particulares e pública para conhecer a vida e obra desse inglês de alma brasileira e angrense.
Fonte: Ateneu, PMAR, Mapa da Cultura, Causos e Causas.

Mercado Municipal de Angra dos Reis

O Mercado Municipal, também conhecido popularmente como “Mercado Quadrado”, foi um importante entreposto comercial para o comércio local de frutas, legumes, verduras e outros. Construído na década de 60. Foi ainda, um local para encontro de amigos, lojas de artesanato, produtos naturais, entre outros.

O mercado era muito movimentado e por seus corredores passavam centenas de pessoas todos os dias. Ainda era utilizado pelos angrenses como referência. "o cartório fica próximo do Mercado Municipal", era comum ouvir frases como essa. Minha mãe trabalhou durante anos no local e sentia orgulho em contar as histórias vivenciadas nele.


Em 2008, a prefeitura desocupou e demoliu o espaço. O prédio foi demolido para a conclusão de um projeto de revitalização do entorno da Casa Larangeiras. O projeto de revitalização da área incluiu a reforma e revitalização do sobrado do Mercado do Peixe. No local foi instalado um novo mobiliário urbano, com cabines telefônicas, banca de jornal, chafariz e iluminação.

 
O prédio principal da Casa Larangeiras foi transformado em um Centro Cultural, e o antigo depósito, também demolido, abriga área gastronômica e de comércio de pescado. 

Fonte: PMAR, acervo.

Lançamento do Navio Henrique Lage,1961, Verolme.

O ex-Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, participou da cerimônia de lançamento do navio Henrique Lage, no estaleiro Verolme, atua...