O maestro Beverley Gerard Maxwell Galloway deixou sua marca na história angrense e frequentemente é lembrado, principalmente por quem de alguma forma conviveu com ele, como um dos maiores desenvolvedores culturais da cidade de Angra dos Reis. (na foto acima Galloway ao centro de branco).
O maestro nasceu para a arte! Além de maestro multi-instrumentista, foi ator, cantor e escritor.
Galloway, nasceu no dia 6 de agosto de 1937, no norte da Inglaterra, Condado de Yorkshire, na cidade medieval de Beverly. Era formado em línguas, artes cênicas e música.
Sua chegada ao Brasil foi em 1961, onde participou de uma missão cultural, ficou até 1963, retornou para a Inglaterra, mas retornou ao Brasil pouco tempo depois. Em 1968 já havia se tornado professor do Colégio Naval.
Foi o fundador do Coral do Colégio CENIAR (atual CEAV) e Coral da Cidade de Angra dos Reis. Traduziu, escreveu e encenou peças e óperas, sempre privilegiou a participação dos jovens, transformando-os em excelentes músicos reconhecidos. Foi orientador e participou de vários eventos e festivais.
O maestro escreveu, deu aulas de inglês, plantou cocos, adaptou "Capitães de Areia" de Jorge Amado, para o teatro, encenou o "Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, fez arranjos de muitas composições de autores brasileiros, mas gostava mesmo era de Shakespeare.
Deixou um rico acervo de livros de música, VHS, CD'S, formado por composições próprias e do coral, como de músicos que o influenciaram.
Do seu grande legado podemos destacar a ópera “A Estrela”, escrita por ele para a cidade e que virou um especial de fim de ano da TV Educativa, sendo transmitido em nível nacional. Permaneceu à frente deste coral até 1999, data de sua morte.
Entre seus sonhos estavam a construção de um teatro grego, uma colônia para estudantes de música e teatro em Monsuaba, bairro onde residia.
Uma das formas de manter viva sua memória é através do evento cultural intitulado "A Semana Cultural Maestro Galloway", sendo este um evento que proporciona o encontro diversos grupos musicais, possibilitando um intercambio cultural e exibindo-os ao público em geral, além de divulgar a vida e obra do maestro.
Galloway formou muita gente nessa cidade, era um apaixonado pela cultura caiçara", reconhece Zequinha, que também foi aluno e acompanhou as muitas transformações provocadas pelo maestro no cenário cultural de Angra. Foi oficialmente declarado cidadão Angrense Honorário, em 1979.
A maior crítica que muitos fazem é sobre como seu acervo foi tratado, várias denúncias de descaso e abandono frequentemente são vinculadas nas redes sociais e na justiça. Merecia uma exposição permanente com um projeto que levassem alunos de escolas particulares e pública para conhecer a vida e obra desse inglês de alma brasileira e angrense.
Fonte: Ateneu, PMAR, Mapa da Cultura, Causos e Causas.
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