O sobrado foi erguido em 1824, permanencendo até 1985 como uma propriedade particular. No andar de cima funcionava o clube comercial, no debaixo um bar, onde eram servidos café, sanduíches, cervejas, etc. Após o clube ter sido transferido para outro local,o segundo andar foi dividido em vários cômodos para atender a várias necessidades. O último ponto comercial estabelecido no andar de baixo foi uma pastelaria.
Depois de alguns anos o sobrado foi comprado pelo dono de uma rede hoteleira que pretendia demolí-lo e construir um “espigão” no lugar. A resistência da comunidade à tentativa de demolição do prédio pelo então proprietário, e a manifestação do movimento cultural encabeçada pelo Grupo Teatral Revolucena, que necessitava de espaço físico, levaram, o então prefeito, João Luiz Gibrail Rocha a fazer o ato de desapropriação, recorrido à justiça.
O histórico prédio foi transformado na Casa de Cultura, em convênio com a Secretaria de Cultura do Estado, responsável pelos equipamentos e a Prefeitura Municipal, pela manutenção do prédio e pessoal. Um ano depois, no domingo de 25 de agosto de 1985, a Casa foi inaugurada transformando-se na primeira Casa de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Houve apresentações na rua de grupos culturais locais, em frente ao casarão.
A cerimônia oficial de inauguração ocorreu pouco antes da apresentação da Orquestra Juvenil do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. No ano de 2005, entrou em reforma, resgatando suas características originais de pintura, adicionando elevadores para deficientes físicos, climatização, iluminação especial, e toda infraestrutura. Foi reinaugurada no dia 25 de agosto de 2006.
A Casa já teve vários diretores (as), entre eles: Sr. Antuan Ábado Henne, Marcelo Ramos Moreira, José Miguel Filho, Sônia Conceição de Souza Valverde, Sulamitha G. Vargas, Bruno dos Anjos entre outros. Atualmente, a casa funciona com vários cursos, mostras, exposições, apresentações, palestras, entre outras atividades; abriga, no térreo, exposições semanais, e abrigou também o Ateneu Angrense de Letras e Artes, entidade que procura desenvolver, apoiar e promover a cultura na região.
Nas primeiras fotos observa-se o sobrado ao lado da Casa de Cultura, incendiado, foi demolido para construção do prédio da atual onde funciona uma sapataria no térreo.
BRASIL DOS REIS - Benedito Angrense Brasil dos Reis Vargas, nasceu em Angra dos Reis em 4 de maio de 1895. Era autodidata, possuía apenas o curso primário, era jornalista, historiador e poeta. Sua obra literária é imensa e com várias publicações: Minha terra, Rezas e pragas, O sonho de Tiradentes, Para você, Migalhas, Postais angrenses, A lenda da Imaculada Conceição, A vida de São Benedito. Em versos: Legenda lírica, Brasões angrenses, Sabiás da terra fluminense, Coletânea de poesias, Benedito noite e Poetas angrenses. Foi membro do Instituto Histórico Fluminense, Cenáculo Fluminense Histórias e Letras, Academia Valenciana de Letras, Academia Pedralva de Letras e Artes, Academia de Letras de Uruguaiana, Academia Internacional de Letras Três Fronteiras, Instituto Campograndense de Cultura e Academia Niteroiense de Letras. Como jornalista, Brasil dos Reis fundou em 1917, em Parati, o periódico O prélio e em 1930 O litoral. Ainda escreveu em jornais do Rio de Janeiro e Niterói e foi colaborador assíduo da imprensa angrense. Também foi um dos fundadores do Ateneu Angrense de Letras e Artes, em 30 de abril de 1973, e participou do primeiro Conselho Municipal de Cultura. Faleceu em Angra dos Reis, na Santa Casa de Misericórdia, em 22 de abril de 1975.
Ao longo da Casa de Cultura fica a Rua das Palmeiras, como é conhecida pela população até os dias atuais. Na foto observa-se as palmeiras. A rua recebeu este nome por conta das palmeiras imperiais doada por D. Pedro II. Que foram arrancadas com o pretexto de modernização.
Vídeo da Inauguração em agosto de 1985, por TV Maringá
Fonte: Biblioteca Municipal de Angra dos Reis, Ednéia M. Pascoal, PMAR.
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