Centro Cultural Theóphilo Massad Angra dos Reis

O Centro Cultural Theophilo Massad (CCTM) foi inaugurado pela prefeitura de Angra dos Reis, no dia 24 de maio de 2000. Depois de mais de 20 anos de intensa luta do movimento cultural, o espaço que abrigava o antigo galpão da Fábrica de Pescado OVAR hoje é a casa do artista angrense. Dono de uma arquitetura inspirada no passado colonial, bastante adequada para a cidade, que é uma das mais antigas do país.

A característica arquitetônica do prédio é pós-moderna, remetendo ao período imperial brasileiro, com uma volumetria que se assemelha a um conjunto de sobrados, com portas ora em arco abatido ora em verga reta, além de sacadas. A arquitetura pós-moderna busca no estilo de períodos históricos sua inspiração, alterando a escala (aumentando ou reduzindo a proporção) e possibilitando o "fake", como exemplo temos as portas falsas do teatro. 

O Centro Cultural Theophilo Massad, possui quatro espaços: o Teatro Municipal Dr. Câmara Torres, com capacidade para 200 pessoas; uma Sala de Vídeo, com capacidade para 50 pessoas; uma Sala de Música e Ensaios Maestro Galloway; e o amplo Salão de Exposição e Artes Plásticas e Visuais Felício D’Andréa Neto. Durante todo o ano, o CCTM apresenta atividades e uma programação variada: peças de teatro de grupos de Angra e de outras cidades, shows musicais, exibições de vídeo e exposições e oficinas. Já tendo passado por duas reformas, uma em 2002 e uma em 2010, nesse ano de 2019 o CCTM comemora 19 anos de atividades e o objetivo deste projeto é proporcionar a valorização da arte local. Sendo este um espaço cultural que pertence a toda a comunidade angrense.

 O Maestro Galloway foi o fundador do Coral da Cidade de Angra dos Reis, que começou em 1969 com o nome de Coral do Ceniab. Galloway nasceu no dia 6 de agosto de 1937, no norte da Inglaterra, Condado de Yorkshire, na cidade medieval de Beverly. Veio para o Rio de Janeiro em 1961. Voltou para a Inglaterra mas retornou ao Brasil para morar na Praia do Aventureiro, na Ilha Grande, ainda na década de 1960. Do município não mais saiu. Foi um grande músico e um dos maiores incentivadores da criação de grupos de teatro e de música em Angra. Foi morto tragicamente em 1999, deixando um importante legado.

 D‘Andréa escolheu Angra para montar seu ateliê porque considerava o melhor lugar para inspirá-lo. Chegou em Angra no final da década de 60 e não mais saiu. Muito querido por todos que o conheceram, Felício D‘Andréa fez “escola no município”. Considerado o mais querido mestre pelos artistas plásticos da cidade, que o tinham como exemplo de profissional, de cidadão e amigo , D‘Andréa pintava seus quadros com um amor sem igual. 

Segundo dois grandes amigos e ex-alunos, os artistas Ivo dos Remédios e Narciso Gonçalo, ex-gerente da Cultuar, ele primava pela perfeição, refazia quantas vezes fossem necessárias seus desenhos e ensinava o mesmo para os alunos, lembrando que toda a obra deveria ser feita com muita calma e amor. E por tanto zelo e carinho, seus trabalhos resultavam em quadros cheios de vida, ecléticos, de uma beleza singular.

Sua recomendação, segundo seus alunos, era sempre a mesma: “Desenhe, desenhe e desenhe..., não tenha preguiça, refaça-os, não tenha pressa, eu queria ter mais 80 anos para fazer e refazer meus desenhos, até que eles cheguem à medida desejada”.

 Além de ser um pintor excepcional, D‘Andréa era amante das artes em geral. Gostava de escrever, foi radialista no Rio de Janeiro, teve passagem pelo jornalismo local e lia diariamente mais de cinco jornais, os da região e os do Rio de Janeiro. “Era um homem muito culto, um grande mestre, amou nossa cidade e nos deixou uma grande contribuição”. Fonte: PMAR, Ateneu, Culturar.

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