Mercado do Peixe Angra dos Reis

 
Também conhecido como "Mercado Redondo", foi construído em 1914 na então Praça Duque de Caxias pelo engenheiro militar Rosalvo Mariano da Silva, a sua frente o Chafariz da Saudade já compôs durante algum tempo o cenário. Numa época em que o mar chegava bem a porta, era o principal comércio de pescado de Angra (ver fotos).  

Sua arquitetura tem planta ortogonal e portas voltadas para a praça, o que retrata bem as linhas utilizadas na época. Neste período era conhecido como “Banca do pescado” onde havia inúmeras bancas de peixe. 

 Foi totalmente revitalizado em 2008, seguindo normas do IPHAN - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural. 

Recebeu obras internas como os novos sistemas elétrico, hidráulico, sanitário e de ventilação feitos com materiais ultra modernos; e na parte externa teve toda a arquitetura reformada com pintura originais nas paredes, portas e janelas.
 
Atualmente o mercado e a praça encontram-se totalmente revitalizados, no local também foi construído um Oyster bar. No coração do Centro Histórico de Angra, o mercado abastece os restaurantes e hotéis da cidade com robalos, espadas, cavalas e outros peixes e frutos do mar fresquíssimos. 

Tudo é limpo e vendido na hora pelos próprios pescadores e associados, que ficam lado a lado em um balcão circular. Todo ano é realizado no local a Festa do Peixe (alguns anos deixou-se de realizar, alegando falta de verba), com shows de bandas locais e tendas montadas na praça para servir pratos de pescados, (ver fotos).
 
  A festa movimentava o entorno do Mercado do Peixe e gerava grande volume vendas de frutos do mar. Além de deliciosos pratos os visitantes ainda podiam apreciar uma boa música e a compania dos amigos e familiares.

Na época da inauguração funcionou como entreposto de pesca, onde pescadores da região vendiam o pescado fresco, apesar da mudança na forma de pescar e também das embarcações. A tradição se mantém viva atualmente, sendo reconhecido pela população como um local onde se pode comprar pescado de qualidade e fresco. É comum encontrar no local idosos que contam frequentar o local a mais de 50 anos.
 
 Nos anos 80, a prefeitura de Angra dos Reis, resolveu instalar a frente do prédio o Chafariz da Saudade, posteriormente transferido por outra gestão para o local original do mesmo na Praça Codrato de Vilhena. Para mais detalhes sobre o Chafariz da Saudade, veja o artigo no blog a respeito do mesmo clicando no link: "Chafariz da Saudade" 

A Praça Zumbi dos palmares, como é atualmente, foi pensada para que a cidade esteja voltada para o mar, todas as obras realizadas no espaço partiram deste princípio. Muitos eventos organizados pela gestão municipal, tem o largo do Mercado do Peixe como palco, em alguns casos são montadas estruturas provisórias que servem de apoio a estes eventos. 

 Existe uma Lei municipal que incentiva os moradores do centro a restaurar as fachadas das casas. Em contrapartida, a Prefeitura dá isenção de IPTU e outras taxas em busca do resgate histórico da cidade. A praça conta com outros prédios históricos, como a Biblioteca Municpal e a Casa de Cultura Larageiras, além de bustos de figuras importantes do ponto de vista histórico. Abordados em outra matéria. 

Jocelino Vieira Honorato que trabalha a 26 anos no Mercado Redondo elogiou a nova estrutura, após a reforma de 2008. Segundo ele, o mercado era mal distribuído e dificultava a movimentação. O piso irregular e liso provocava várias quedas. A revitalização buscou também transformar o mercado em ponto turístico e incentivar ainda mais o consumo de peixe. A nova pintura ficou mais viva e atrativa ao turista, e foi aprovada pelo IPHAN. Conforme consta no site da PMAR. 

A Praça já abrigou também o mercado municipal que era um grande ponto de comércio de produtos de agricultura familiar e outros caseiros. Na época houveram protestos dos feirantes que possuíam seus bosques no mercado, alguns estando no local desde sua inauguração, o processo foi para a justiça e após um acordo judicial que envolveu o pagamento de indenizações aos feirantes, enfim foi autorizada a demolição. Ainda hoje existe discussão sobre o Mercado Municipal, tem quem defenda que a Atual Praça Zumbi dos Palmares, valorizou o espaço público, bem como deu um ar mais ordenado ao local. Como há outros que defendem que o mercado deveria ter sido reformado e não demolido, pois era um local de encontro social e tradicional de Angra dos Reis. Fato é que os únicos vestígios do mercado, são as fotografias daquele que outrora reunia produtos naturais, artesanatos, produtos de outras culturas, enfim, um centro cultural.
 
Em 2008 a Prefeitura doou novas barraquinhas para os feirantes da praça, cerca de 35 barraquinhas de alumínio, mais amplas e com coberturas, muito melhores que as antigas, para os tradicionais feirantes que comercializam produtos do sertão de Angra e vizinhanças como verduras, legumes, temperos, ervas medicinais, tapioca, farinha da terra e bananas de variadas espécies. São montadas e retiras todos os dias durante a semana.

 As duas últimas fotos  são de artistas angrenses que emprestam seu talento para eternizar o passado de Angra dos Reis. Carlos Franca e Almir Tavares. Fonte: PMAR, IPHAN, Secretária Estadual de Pesca, Acervo Pessoal.  

  

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