Porto de Angra dos Reis

A história do Porto de Angra dos Reis remonta ao século XVII, quando desempenhou papel relevante no escoamento da cana de açúcar e depois, durante o período da escravidão e do ciclo do ouro, no embarque do minério para o Porto do Rio de Janeiro. O terminal portuário passou por várias mudanças como pode ser observado nas fotografias a seguir.

O fim do tráfico de escravos aliado à construção da Estrada de Ferro Pedro II enfraqueceu a atividade portuária no município de Angra dos Reis. Lembrando que o porto de embraque era muito diferente do Porto angrense atual, na foto acima é possível ver a antiga Ilha de Barros, local onde hoje é o Porto.

A partir de 1923, o crescimento das exportações de café do Vale do Paraíba demandou a reforma das instalações de embarque no Porto de Angra dos Reis que, em 1932, após a Crise do Café, iniciava um processo de mudança em seu perfil de carga movimentada, antes restrito à importação de carvão e madeira. Na foto acima o aterramento para construção do Porto atual.

Na imagem acima a area do Porto de Angra dos Reis em construção, caminhões da década de 30.

O porto recebeu várias embracações de diferentes tipos, navios a vapor, mercantes, de guerra, granuleiros, petroleiros, balsas, etc.

Na foto acima o Navio Raul Soares, usado como prisão durante o regime militar em Santos-SP.

Nas imagens a partir do porto também é possível observar as modificações do centro da cidade, já que este tem uma possição privilegiada, sendo possível uma vista de todo o centro.
  
Para a construção do porto foi destruída a Ilha de Barros, usada como aterro da area atual do porto. na exremidade é possível ver uma pequena praia onde pescadores costumam se abrir para manutenção em suas embarcações.

 Na foto acima o atual aterro do Carmo ainda não existia, mas já estava em construção, sendo possível visualizar parte da Praia da Amizade que ficava em frente ao Convento do Carmo e Santa Casa.

Voltando um pouco no tempo, uma maré bem cheio que cobriu toda a orla do centro e não deixou vísivel nenhuma faixa de areia. 

O porto é tão importante na história da cidade que é rotineiramente retratado nas telas dos artistas locais, como o quadro acima de Almir Tavares. Retrato da década de 50.

Fotógrafos também tinham a preocupação de enquadrar o porto nas imagens aereas do centro da cidade, também nas fotos a partir dos morros do entorno.

A criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) gerou um novo mercado ao Porto, que começava a receber o carvão oriundo de Imbituba, Santa Catarina. Até 1963, esse fluxo permaneceu estável, passando então a ser realizado pelo modal rodoviário.
 
Em 5 de novembro de 1998, o Porto passou a ser arrendado, sendo atualmente operado pela empresa Terminal Portuário de Angra dos Reis S.A. (TPAR), empresa do grupo Technip.

O Porto de Angra dos Reis atualmente desempenha um papel importante nas movimentações de apoio offshore às plataformas de exploração de petróleo na Bacia de Campos, e também movimenta carga geral.

Para o aterramento do porto foi totalmente destruída a Ilha dos Barros, dito anteriormente, do qual restou apenas a praia. Um grande crime contra a natureza, no entanto foi permitido pelos órgãos da época. Atualmente sua movimentação é baixa comparada a outros tempos.

O porto de Angra dos Reis é um porto público, de propriedade da Cia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), arrendado à iniciativa privada em 2009.
 
O TPAR - Terminal Portuário de Angra dos Reis S/A, empresa do Grupo Technip Brasil, é arrendatária de todo o Porto de Angra, através de um contrato de 25 anos, prorrogável por igual período.
 
Em 2011, ocorreram algumas mudanças, proporcionadas pela Operadora. A principal delas foi a demolição do moinho. Fato lamentado por muitos angrenses nas redes sociais.

O Moinho Sul Mineiro foi uma importante figura da economia angrense na década de 70. Ele era utilizado como depósito para estocagem de grãos e possibilitava à empresa, descarregar navios de trigo a granel em instalações próprias.

O processo de demolição foi através de um processo mecânico dividido por partes. A empresa contratada para a obra foi a FBI, que é especializada em demolições de moinhos e está entre as seis melhores do país, segundo Robson Rangel.  

Ele explicou ainda que o processo por implosão foi descartado por ser tecnicamente inviável, já que o aterro, onde estava localizado o moinho, é antigo.

O processo levou cerca de três meses os galpões um e dois também foram demolidos. O galpão três foi revitalizado para ser utilizado. Foi construído ainda um terceiro berço. Reuniões para a construção da fábrica de tubos já começaram neste período. As várias instituições envolvidas para construção da fábrica de tubos no porto angrense, iniciaram suas reuniões com a Techinip, como a Cia. Docas, Inea, Prefeitura de Angra, Governo do Estado e federal. 
Na foto acima trabalhadores no porto movimentado, época em que o trem trazia mercadorias e materiais e movimentava o porto.

Ainda havia, a previsão de construção de uma escola técnica, que seria um Centro de Treinamento. Entretanto, sem explicar os motivos o grupo Technip emitiu uma carta confirmando que a fábrica de tubos seria instalada no Porto de Açu e não mais em Angra. 
Na foto acima uma maria fumaça no porto.

Na foto acima mais uma maria fumaça no porto de Angra. Alias as fotos a seguir vão mostrar que essa era uma relação que rendeu bons frutos e prosperidade para a cidade.

A locomotiva vermelha da RFSA no patio do porto.

Desembraque de locomotivas vinda da Namibia.
Locomotivas no patio do porto ainda com o moinho em segundo plano.

Locomotivas conhecidas como xuxa em frente ao porto.

Populares comprementam maquinista.

Composições passando pela praça, era rotina que o angrense parava pra ver. Fonte: Docas, PMAR, TPAR, Governo do Rio de Janeiro, Jornal Maré. 

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