Raul Pompéia Angra dos Reis

Raul D'Ávila Pompéia nasceu no dia 12 de abril de 1863, em Jacuecanga, em Angra dos Reis. Filho de família abastada, cujo pai, Antônio D'Avila Pompéia, era magistrado e a mãe, Rosa Teixeira Pompeia, era dona-de-casa, herdeira de ricos comerciantes portugueses.  

Raul Pompeia tinha duas irmãs, cujos nomes não constam nas biografias do autor. Em 1867, a família se mudou para o Rio de Janeiro. Com sólida formação cultural, leitor em diversas línguas, Pompeia tinha acesso fácil ao pensamento europeu que chegava ao Brasil. De temperamento impávido, Raul Pompeia não fugia das grandes discussões e teve atrito com os republicanos paulistas, por esses não apoiarem a causa da abolição.  

Formou-se em direito, mas não exercia esta profissão. Escrever em vários jornais, dentre os quais o Gazeta de Notícias, jornal pelo qual publicaria O Ateneu, uma crônica de saudades, que lhe deu consagração dentre a crítica. 
 

Além de usar o próprio nome, escrevia sob pseudônimos, como Pompeo Stell, Raulino Palma e Rapp. Com a queda do Império em 1889, Pompeia foi empossado Presidente da Academia de Belas Artes. A ditadura de então, tendo Floriano Peixoto como chefe, enfrentava sérias resistências e vários amigos de Raul Pompeia eram contra esse governo. Isso fez com que Pompeia rompesse com vários amigos, pois ele apoiava Floriano Peixoto.  

Com a saída desse e a entrada de Prudente de Morais, e após um inflamado discurso em defesa de Peixoto, na tumba desse, Pompeia foi demitido do cargo de Diretor da Biblioteca Nacional. Devido a essas disputas políticas, Pompeia teve um sério atrito com Olavo Bilac e Luís Murat, que escreveu um artigo chamado “Um Louco no Cemitério”. Tais perturbações o levaram ao suicídio em 25 de dezembro de 1895, no escritório da casa que morava com sua mãe, que assistiu à morte. Nunca se casou e nem teve filhos. Suas últimas palavras foram deixadas em um bilhete: “Ao jornal A Notícia, e ao Brasil, declaro que sou um homem de honra”.  

Principais obras publicadas do autor angrense: Uma Tragédia no Amazonas, 1886; A Queda do Governo, 1880; Um reo perante o futuro – grinalda depositada sobre o esquife do Ministério de 5 de janeiro por um moço do povo, 1880; Canções sem Metro, 1881; O Ateneu, 1888; Alma Morta (esboço de romance), 1888; Carta ao autor das (Festas Nacionais), 1893; Agonia (romance não concluído), 1895. Além de artigos em jornais e revistas da época. Abaixo a cadeira nº 33 da ABL. 

Membro e patrono da academia brasileira de letras. Recebeu homenagens em sua cidade natal Angra dos Reis, Um busto na Praça Raul Pompéia ao lado do largo do Mercado do Peixe (Praça Zumbi dos Palmares) e o Palácio Raul Pompéia (sede do governo municipal). 

Além de batizar outros locais, como a Escola Municipal Raul (Monsuaba), Rua Raul Pompéia (centro da cidade e paralela a casa da cultura, continuação da Antiga Rua das Palmeiras) e Avenida Raul Pompéia (Jacuecanga, entrada do bairro, paralela a BR-101), também recebeu homenagens em diversas partes do país, incluindo uma exposição especial na academia.  

Palácio Raul Pompéia, sede do governo municipal de Angra dos Reis.
 
Rua Raul Pompeia, atravessa o coração da cidade. 

Avenida Raul Pompeia, principal via de aesso ao bairro de Jacuecanga, também chamado de Verolme por conta do estaleiro. Fonte: Academia Brasileira de Letras, PMAR, Arquivo Pessoal. 

Um comentário:

  1. E eu crendo que conhecia todos os cátedras, digo, Imortais... Quando descobri que um dos Imortais era um angrense, fiquei repentinamente pasmado, e logo procurei por pesquisá-lo, e já imaginara que o próprio não teria Angra como algo peculiar à sua vida e formação, senão só em certidão, como local de origem. E francamente, sua biografia tem fim trágico, estranho, e covarde, que não sei se vale ser rememorado dignamente como um exemplo à cidade. No mínimo é uma figura delicada. Porém, antes de mais nada, sei que o seu triste fim não reflete sua produção literária – pois assim espero! –, pelo que se for, estaria relacionado ao seu temperamento, como a indicar a coragem e insensatez para tal. Enfim, se não fosse por ele, não teria chegado aqui, do qual me interessei e darei mais uma olhada.

    Que Deus tenha Raul Pompéia e dai-lhe o descanso e a paz! Amém.

    ResponderExcluir

Lançamento do Navio Henrique Lage,1961, Verolme.

O ex-Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, participou da cerimônia de lançamento do navio Henrique Lage, no estaleiro Verolme, atua...