A partir de 1822 houveram várias tentativas de criação de uma Santa Casa na cidade, para isso, foram promovidas várias reuniões, procurando interessar aos mais abastados da terra e também as autoridades locais, somente em 1837 foi de fato fundada a Santa Casa. De acordo com a pesquisadora Édnéa M. Pascoal, a fundação data de 10 de outubro de 1837. Sendo o primeiro provedor Manuel Correa de Farias, ex vereador e tabelião de Paraty. No dia 6 de janeiro de 1839, foi festivamente inaugurada a Santa Casa.
A participação do cirurgião Manuel Pereira de Abreu Guimarães teria sido decisiva para a instalação da Santa Casa de acordo com o site da isntituição, ele tiria solicitado ao Governo Imperial a necessária licença para a criação de um Hospital, o que lhe foi deferido em 24 de julho de 1824. Obtida a permissão governamental, o mesmo Dr.º Manuel Pereira de Abreu Guimarães lançou, em 1º de setembro de 1824, um manifesto aos ilustres habitantes da Vila de Angra dos Reis e seu distrito, para a fundação de um Hospital, em que se recolhessem os enfermos pobres para serem tratados pela beneficência e caridade pública. No manifesto se pedia a subscrição, entre os habitantes, para a ereção da casa de caridade.
Os mais abstados doavam dinheiro em espécie, e os menos favorecidos davam seu próprio trabalho. Todos queriam e sentiam a necessidade de Angra dos Reis possuir um Hospital. Com os recursos arrecadados e a demonstração de interesse da população, principalmente, das pessoas abastadas e mais importantes, na fundação de uma Santa Casa na Vila de Angra dos Reis, foi solicitado ao imperador à doação ou desapropriação de um terreno, no qual pudesse ser construído o hospital. Por portaria de 17 de novembro do ano seguinte, isto é, 1825, receberam o Governador Militar da Vila, Brigadeiro Manuel Joaquim Pereira da Silva, a incumbência de, juntamente com o Dr.º Manuel Pereira de Abreu Guimarães, escolher o terreno para a construção do Hospital.
IRMANDADE DA SANTA CASA MISERICÓRDIA DE ANGRA DOS REIS
Sob a proteção de Santa Isabel o Hospital da Irmandade da Santa Misericórdia de Angra dos Reis foi criado, de caráter essencial, como constava do seu primeiro compromisso de tratar dos enfermos necessitados, criar e educar os expostos e as crianças abandonadas, socorrer as donzelas órfãs desamparadas, socorrer e defender os direitos dos pobres encarcerados.
O Hospital e maternidade Codrato de Vilhena foi um hospital geral com destaque para o serviço de obstetrícia de alto risco (24 horas). Atendeu toda a demanda da cidade de Angra dos Reis e municípios vizinhos Paraty, Mangaratiba e Rio Claro, tanto para o SUS como para Convênios de Saúde e particular. Atualmente, os serviços foram direcionados ao HGJ (Hospital Geral da Japuiba).
Ao longo dos anos, muitos foram os mantenedores da Santa Casa. A instituição já enfrentou diversas crises financeiras, principalmente por ser uma instituição sem fins lucrativos. Mas apesar de não ser um hospital administrado pelo poder público, já sofreu algumas intervenções. Grande parte dos angrenses vieram ao mundo através dessa instituição. Aqui deixo meu agradecimento a instituição onde nasci. Esperamos que continue existindo, pois faz parte da história da cidade! Ao longo do tempo o local sofreu diversas reformas e ampliações que em nada lembram o prédio original, entretanto ainda tem um importante papel na história angrense. Recentemente, devido a pandemia do Covid-19, a prefeitura direcionou a maternidade para o HGJ e transformou o local em centro de referência da doença.
SANTA ISABEL
A padroeira das santas casas do mundo. Nasceu em 1207 em Presburg, Hungria, era princesa e filha do Rei André da Hungria, casou-se com o príncipe Luís IV de Thuringa na idade de 13 anos, do qual teve três filhos. Por influência de Isabel o governo da corte era marcado por três lemas: Piedade, Pureza e Justiça. A caridade para com os pobres e doentes e a simplicidade de vida de Isabel causava grandes ciúmes e inveja das cunhadas e a sogra que vivia na corte. Certa vez ela estava levando comida para um doente pobre e Luís mandou que ela parasse e olhou debaixo do seu manto, mas em vez de comida ele só encontrou rosas. Este teria sido o seu primeiro milagre.
Outro milagre quando ela foi vista carregando para dentro do castelo uma criança pequena com lepra e o colocou em um cama e as criadas da corte se assustaram e chamaram seu marido Luís, para mostrar o que sua esposa havia feito. A chegar e olhar para a criança ele somente viu o Menino Jesus sorrindo para ele. Desmaiou, após esse milagre ela, com a benção de seu marido, construiu orfanatos, fundou outro hospital com 28 camas (considerado de bom tamanho para a época) e ainda providenciou para que centenas de pessoas fossem alimentadas diariamente.
Certa vez horrorizada com a coroa de espinhos na cabeça de Jesus, nunca mais usou sua coroa dentro de uma igreja ou capela, e nos dias de jejum e na semana santa e feriados religiosos ela não usava a coroa e nem as vestimentas de rainha e sim modestas vestes comuns, algumas em farrapos.
Seus criados e criadas eram proibidas de a servirem ou a atenderem nesses dias. Fazia questão de fazer tudo sozinha. Depois de uma vida conjugal marcada pela alegria, fidelidade e união o marido veio a falecer vitima da peste, quando partia para a luta nas cruzadas na Terra Santa. Ela tinha apenas 20 anos quando ficou viúva. Com a morte do esposo ela passou a sofrer terrivelmente nas mãos dos parentes do falecido. O país passou por uma crise de alimentos e Isabel decidiu usar o dinheiro público para sustentar os pobres, leprosos e miseráveis. Por isso foi expulsa da corte, junto com os seus três filhos ainda pequenos. Acusada de estar esbanjando os bens da família. Peregrinou entre várias cidades, vivendo pobremente, finalmente refugou-se num convento de Asburgo e lá entrou na Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Com os bens que lhe restou com a herança construiu um hospital no sopé da montanha na qual o seu castelo ficava e ela mesmo cuidava dos doentes. Sua família se opunha a isto, mas ela insistia que deveria seguir os ensinamentos de Cristo.
Diz a tradição que ela curava certos doentes apenas com suas preces. Como Wartburg era localizado no alto de um morro íngreme e de difícil acesso aos doentes ela construiu um hospital no pé do morro e várias vezes ela mesma alimentava e cuidava dos doentes. Ela deu grande quantidade de grãos a uma Alemanha faminta e por isto é a padroeira dos padeiros e dos campos de trigo. Ela faleceu de causas naturais em 1231 em Marburg. Seu túmulo passou logo a ser um local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Logo após a sua morte muitos milagres se sucederam. Isto prova a santidade que ela alcançou em vida. Isto fez com que apenas 4 anos após a morte ela fosse declarada Santa. Foi canonizada em 1235. Suas relíquias, inclusive seu crânio coberto com o seu véu e com a coroa de princesa, são cuidadosamente preservadas no Convento de Santa Elizabeth em Viena, na Áustria. Ela é representada na arte litúrgica como uma mulher carregando pães ou rosas no seu manto, ou usando coroa de princesa ou dando comida a um pedinte. Sua festa é celebrada no dia 17 de novembro. Fonte: Santa Casa e Paróquia Santa Isabel, Ednéa do M. Pascoal.
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