Capela de N. S. de Sant'Ana, Lopes Mendes, Ilha Grande

A pequena Capela de Nossa Senhora de Sant'ana foi construída em 1888 na trilha da aroeira em Lopes Mendes. Há divergentes correntes sobre sua construção, a mais aceita, afirma que foi construída por colonos britânicos.
A pequena capela de construção simples sem muitos detalhes está em desuso por muito tempo e sofre com os efeitos do tempo.
De acordo com a cultuar sua administração é de responsabilidade da Diocese de Itaguaí, que não tem cuidado do local. 
Ainda, a construção sofre com depredação e atos de vandalismo, como as pixações acima. A falta de respeito com o  patrimônio é lamentável.
Não existe atualmente nenhum evento no local. O interior da construção lembra um local mal assombrado, similar aos representados no cinema.
A pequena capela fica em uma das mais belas praias do mundo, a Praia de Lopes Mendes. Maravilha é pouco para adjetivar esta magnífica praia com quase 03 quilômetros de extensão e que já foi palco de muitas histórias fantásticas.
Na época da colonização, Lopes Mendes possuía um grande mangue e por lá viviam índios coletores que deixaram vestígios de sua passagem por diversos pontos da praia, como os amoladores acima. 
Com a ilha já colonizada e os índios pacificados, Lopes Mendes se transformou numa das maiores fazendas da Ilha Grande, principalmente na criação de gado.
Entretanto, o atracamento de barcos era praticamente impossível, já que seu mar é oceânico e a formação de ondas não permite um atracamento seguro. O único meio de embarcar a produção da fazenda era levá-la em carroças até a Praia do Pouso.
Só com o mar calmo é que era possível atracar no canto esquerdo da praia, que fica mais ou menos protegido pela Ponta do Lopes Mendes.
Na época do presídio, por lá habitou um alemão de nome Peter, que além de construir um aeroporto, também plantou eucaliptos para secar o mangue e nas lagoas que sobraram criava jacarés, cujos descendentes ainda vivem por lá e alguns até já conseguiram alcançar outras praias, como a das Palmas.
Os caiçaras contam que muitos presos chegaram a ser ameaçados a virarem comida de jacaré, verdade ou não, os jacarés permanecem no local.
Incontáveis navios já desembarcaram armas, drogas, whisky entre tantas outras mercadorias em alto mar as quais eram recolhidas por pequenos barcos até a praia, de onde seguiam de avião (usavam a pista de aviões que existia lá) com o contrabando. Na imagem a pista sendo dinamitada em 2008.
Na época, se falava em narcotráfico, a imprensa chegou a noticiar com fotos e vídeos, esse precário aeroporto, feito de areia batida e que foi muito usado para o pouso e decolagem de pequenos mono-motores que traziam turistas não só para um mergulho em suas águas cristalinas, como também ilustres visitantes de praias particulares do arredor.
Com a expansão imobiliária e a grilagem de terras por grandes construtoras e grupos financeiros, Lopes Mendes chegou a ser propriedade de um banco e esteve perto de ter um resort com acesso exclusivo aos hóspedes. Atualmente não existe nenhum empreendimento imobiliário no local.
Protestos não faltaram como o "Movimento Nossa Praia" que por pouco não conseguiu abraçar toda a praia numa demonstração de amor e proteção a este nirvana. Felizmente, o grito de alerta foi ouvido pelas autoridades e a recente ampliação do Parque Estadual da Ilha Grande, finalmente deu sinal verde para que Lopes Mendes continue a ser azul e a nos encantar ante sua magnitude e pela música quase divina, que ouvimos ao pisarmos sua fina e alva areia.
Considerada a praia mais bonita da Ilha Grande, a belíssima Lopes Mendes não poderia ocupar outro lugar se não, a de Campeã na votação das 7 Maravilhas da Ilha Grande. Várias revistas de turismo já consideraram como uma das praias mais lindas do planeta, não poderia ter outra colocação. Eleita em primeiro lugar com mais de 13% dos votos, ela encanta e fascina turistas do mundo todo com seu romantismo e esplendor.
Não foi por acaso que a renomada revista americana de turismo - Travel & Leisure a elegeu na lista das doze praias mais perfeitas do mundo. A impressão que se tem é que chegamos ao paraíso! Aquele dos tempos de Adão e Eva (com folhas de videira evidentemente). Tão encantadora que suas areias cantam ao serem pisadas. Esse chiado fino, em conjunto com a melodia dos ventos, do pio das gaivotas, dos bem-te-vis, do murmúrio do mar, do ribombar das ondas, nos faz sentir em meio as nuvens, é capaz até de nos fazer confundir o som das turbinas de um jato que corta o céu azul, com trombetas de anjos.
Depois de atravessar um escaldante trecho de areia fina e branca e passar por um portal de folhas entre abricoteiros e pitangueiras, a visão é alucinante! Uma imensidão de areia num cenário selvagem e exótico que se estende por quase três quilômetros. Sol, sombra e um mar azul, verde, transparente, raso, com ondas, cardumes, surfistas de todas as tribos, além de um horizonte oceânico com a Ilha de Jorge Grego cercada de golfinhos, fragatas, atobás, peixes, grutas submersas e lendas de piratas.
A trilha começa na charmosa e calma Praia do Pouso, trilha T11 (Pouso – Lopes Mendes) apesar de curta, apresenta uma moderada subida e descida que nos pega de surpresa depois de uma deslizante travessia pelas tranquilas águas da Enseada das Palmas e do Pouso. Sem falar naqueles que encararam a trilha desde o Abraão, subindo e descendo serras e tendo espetaculares visões das belezas naturais desta magnífica ilha. Estonteado com a paisagem ao final da trilha, nem passa pela nossa cabeça caminhar até o final da praia neste momento de choque e arrebatamento. A primeira coisa é se deixar levar em direção ao mar e logo que molhamos os pés não sabemos se aquilo é mesmo água ou cristal líquido.
A visão do fundo encanta, apesar de raso neste início de caminhada aquática, você pode não se dar conta das ondas e quando menos espera, uma muralha de água se aproxima e não custará nada ela te engolir e você fazer parte daquele fundo fervilhante de vida aquática e subaquática. No local é proibido acampar, construir casas ou fazer qualquer outro tipo de construção. Uma exceção é a cabine dos salva-vidas quase no início da trilha.
Não há bares, restaurantes, nem pousadas e embora em algumas datas existam alguns ambulantes que vendem sanduíche, refrigerante, cerveja e água, não deixe de levar água potável e frutas para não ter que voltar mais cedo.
Uma atração à parte na Praia de Lopes Mendes era a escultura do artista plástico Sílvio Cavalheiro, um mural feito em uma boia abandonada na praia pelas correntes marítimas. (a obra sendo feita acima)
Na imagem o mural pronto, um dos locais mais fotografados da praia. Depois de uma forte ressaca, o mural foi destruído.
Depois de algumas campanhas na internet pedindo a reconstrução, em agosto de 2021, o atelier miaraújo fez essa fantástica pintura dando uma nova vida ao objteto e transformando-o novamente em um atrativo turístico disputado. Fonte: Diocese de Itaguaí, PMAR, Ilha Grande (caiçaras), ilhagrande.org.  

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