A mostra, que conta com a curadoria do antropólogo Ricardo Gomes Lima, diretor do Departamento Cultural da UERJ, apresenta objetos criados em pet, tecido, lata e madeira reciclados, que se convertem em fonte de renda e forma de expressão cultural para os artesãos da Ilha Grande.
O Parque Botânico foi inaugurado com um grande replantio de espécies nativas da região. De acordo com a coordenadora do local, Cátia Callado, foram catalogadas mais de mil espécies de plantas, entre ervas medicinais, orquídeas e bromélias.O Parque, visa identificar, organizar e catalogar espécies vegetais a fim de implantar um acervo de plantas vivas originárias da Ilha Grande. Essa coleção, iniciada em 2009, ocupa a área do pátio interno do antigo Instituto Penal Cândido Mendes, que está recebendo tratamento paisagístico e técnico-científico para o cultivo de espécies da flora que sejam testemunhos da história local. atualmente são produzidas mudas que são usadas em projetos de reflorestamento.
O Museu do Meio Ambiente – MuMA – fica na antiga sede da Fazenda Dois Rios, do século XIX, que também foi utilizada como presídio a partir de 1894 – Colônia Correcional de Dois Rios, onde o escritor Graciliano Ramos esteve preso em 1936.
De acordo com a coordenadora do espaço, Thereza Rosso, a intenção é dar continuidade a diversos projetos que vinculem cultura, preservação e inovação. O museu, a partir de exposições e outras atividades socioeducacionais, tem por objetivo divulgar as pesquisas científicas desenvolvidas sobre a Ilha Grande.O MuMA foi inaugurado com a exposição "Certos Modos de Ser Caiçara", com curadoria de Ricardo Lima, diretor do Departamento Cultural da UERJ. Para a coordenadora do MuMA, Thereza Rosso, a intenção é dar continuidade a diversos projetos que vinculem cultura, preservação e inovação.Para a realização dessa exposição, Lima e sua equipe passaram três anos na Ilha Grande, realizando entrevistas, fazendo filmagens e gravando áudios, em pesquisa desenvolvida através de financiamento da FAPERJ. A equipe recebeu doações de objetos de uso pessoal de moradores da ilha.As instalações do museu também passaram por três anos de obras para receber a mostra. Um dos pontos altos da exposição é a pesca, importante para a sobrevivência da população da Ilha Grande. Na mostra, há uma sala com fotografias e objetos dedicados a essa atividade, mostrando as técnicas utilizadas pelos caiçaras.
Uma delas é a pesca de cerco, prática aprendida com os japoneses que, nos anos 1900, migraram para trabalhar nas fábricas de sardinha da ilha. Em outra sala, a foto de um menino brincando com um barquinho está ao lado de uma vitrine de barcos de brinquedo, feitos pelas próprias crianças da Ilha. Outro destaque é para a casa de farinha, em que a atividade é predominantemente feminina.
Passado e futuro também se misturam quando o assunto é a parte puramente lúdica da exposição. Na parte dedicada às brincadeiras infantis, estão as sementes conhecidas como “olho de boi”, utilizadas para jogar coroanha. Há ainda desenhos feitos pelos pequenos habitantes da ilha especialmente para a exposição. Os visitantes poderão conhecer ainda a Árvore da Vida, uma estrutura com garrafas de vidro penduradas dos galhos. Em cada uma das 60 garrafas, foram plantadas diferentes espécies de plantas medicinais utilizadas na região, como assa-peixe e erva-cidreira. Nos troncos, pequenos receituários em forma de folha poderão ser levados como brindes pelos visitantes e usados como marcadores de livros. As demais imagens retratam um pouco do cotiano dos presídios na ilha.
Ali, se mostra todo o processo de fabricação da farinha de mandioca, com a fiel reprodução de um forno à lenha, habitualmente utilizado nessa prática.“Estabelecendo uma comparação entre os principais ofícios femininos e masculinos, podemos perceber que o peixe e a farinha de mandioca se complementam; ninguém se alimenta só de peixe nem só de farinha, o que mostra um certo equilíbrio dos papéis feminino e masculino na sociedade caiçara, estabelecendo, de certa igualdade na importância dos gêneros”, destaca Ricardo Lima.Nas 3 fotografias acima do Guia João Pontes, o processo artesanal de fabricação da farinha em uma "Casa de Farinha" na Ilha Grande, uma das poucas que restou e que ainda mantém a tradição. Para visitas e informações segue os contatos do Ecomuseu da Ilha Grande: Telefone: (24) 3361-9055 - E-mail: ecomuseu@uerj.br
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 16h (incluindo feriados, exceto 1/1 e 25/12). Fonte: UERJ, Museu do Cárcere, Ilha Grande.
Excelente ! Alem do Museu ser bem cuidado e explicativo, a ida à Vila de Dois Rios pela estrada desde o Abraão já vale a pena.
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